2012-02-20

O seminário A pergunta na hora de partir, em Novembro de 2010, foi promovido pela Pastoral da Cultura da Diocese do Porto, na Universidade Católica: a abertura pelo Prof. Joaquim Azevedo, quatro poetas [António Nobre, Teixeira de Pascoaes, Ruy Belo e Daniel Faria], quatro conferencistas [José Carlos Seabra Pereira, António Cândido Franco, Manuel António Ribeiro e D. Carlos Azevedo], quatro conferências memoráveis e o encerramento pelo Bispo do Porto, D. Manuel Clemente; a presença de mais de 300 pessoas no Auditório 1 [tarde] e no Auditório Ilídio Pinho [noite]; uma impressiva exposição de esculturas de Karin Somers, um texto de José Manuel Teixeira da Silva e o Quarteto para o fim dos tempos de Olivier Messiaen, interpretado por Filipe Pinto-Ribeiro [piano], Pascal Moragues [clarinete], Tatiana Samouil [violino] e Justus Grimm [violoncelo].

2012-02-10

ECCE HOMO 11/12
2º ciclo | juventude . família . escola

2012-02-05

II Encontro de Artistas do Porto



Na sequência do I Encontro de Artistas do Porto [2011], promovido pelo Secretariado da Pastoral da Cultura da Diocese do Porto, por ocasião do dia de Fra Angelico [patrono dos artistas], ocorrerá no dia 16 de Fevereiro, o II Encontro. Este terá como tema geral:

A arte como transfiguração, nestes dias últimos


Quem nos dera que estes conturbados tempos que vivemos fossem os últimos para tanta desgraça que percorre o mundo e corrompe a vida: a exploração de uns humanos por outros humanos, a escandalosa concentração da riqueza nas mãos de uns poucos, que a usam para gerar insegurança e pobreza, a finançarização das relações económicas, que bem podiam ser relações de encontro, o fanatismo religioso, a degradação da biosfera, o racismo e o individualismo crescente...
Quem nos dera que estes fossem tempos últimos, de passagem, de transfiguração, em que o mundo ficasse um lugar um pouco melhor para nele todos podermos viver em paz, sem excepções. Tempos em que o outro moldasse em nós uma outra face, mais verdadeira e um dom.
A arte é, a um tempo, figuração e transfiguração: evoca o mistério do mundo e gera um encontro pessoal com esse mesmo mistério, encontro este que é sempre um apelo, o início de uma nova leitura, de um incontido fascínio.
Haverá ou não uma urgência em tocar a verdade? Haverá ou não tempo para os artistas revelarem hoje uma outra figuração que não apenas a que vemos na técnica e na reconstrução plástica, mas também a que vemos na relação e na desfiguração humana, sobretudo dos que mais sofrem? O que é que de eternidade se exprime na voragem da realidade dos dias? Hoje, não há mesmo lugar para a eternidade? Os artistas desistiram de nos revelar o desconhecido e o mistério do mundo e da vida?
A arte, nestes dias últimos, é irrecusavelmente um caminho. Para que tudo recue e se rigidifique, assim como está ou, pelo contrário, para que se derrube este tempo fechado no ensimesmamento e na guerra e se abra outro tempo, de relação e de beleza, essa que não é necessariamente bonita, mas que é “o esplendor da verdade”. A arte cria e recria, corta e dilacera, destrói e reconstrói, abre os olhos e os sentidos para outras palavras, outros gestos e outros sentidos. É urgente falarmos do que não vemos quando olhamos o que vemos e fazer disso a motivação de uma outra relação, de um novo encontro, uns com os outros e com todos. | Joaquim Azevedo